Meu amor chegou... junto com aquele
raio que se desprendeu do firmamento.
Baixou em meu corpo, fulminando a minha
solidão com seu fulgor intenso, me estremecendo. Meu amor chegou... junto com a
tempestade... Veio com esplendor, entre raios e trovões, como um glorioso deus
do amor. Me fez Afrodite, tomou posse do meu corpo sem cerimônia... Foi quando
todo aquele barulho assustador transformou-se em sinfonia. Sinfonia heróica,
fundo musical apoteótico do encontro de amantes apaixonados... Aquele ribombar
estarrecedor que faz a gente tremer na suspeita do mundo se acabar
transfigurou-se, soou então como comemoração gloriosa da fusão daqueles corpos,
dos gemidos de prazer, espetáculo de luz e som, comemorando as explosões do
nosso ato de amor. Enfim, tudo emudeceu, voltou a calmaria. Nossos corpos
esgotados, ainda com o gosto do gozo na boca, adormeceram... serenos, saciados,
colados, embalados pela serenidade do pós-tempestade.
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