sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Tempestade de paixão


Meu amor chegou... junto com aquele raio que se desprendeu do firmamento.
Baixou em meu corpo, fulminando a minha solidão com seu fulgor intenso, me estremecendo. Meu amor chegou... junto com a tempestade... Veio com esplendor, entre raios e trovões, como um glorioso deus do amor. Me fez Afrodite, tomou posse do meu corpo sem cerimônia... Foi quando todo aquele barulho assustador transformou-se em sinfonia. Sinfonia heróica, fundo musical apoteótico do encontro de amantes apaixonados... Aquele ribombar estarrecedor que faz a gente tremer na suspeita do mundo se acabar transfigurou-se, soou então como comemoração gloriosa da fusão daqueles corpos, dos gemidos de prazer, espetáculo de luz e som, comemorando as explosões do nosso ato de amor. Enfim, tudo emudeceu, voltou a calmaria. Nossos corpos esgotados, ainda com o gosto do gozo na boca, adormeceram... serenos, saciados, colados, embalados pela serenidade do pós-tempestade.

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