quinta-feira, 18 de julho de 2013

Você fez tudo e se esqueceu de mim



Quando você se levantou pela manhã, eu já havia preparado o sol 
para aquecer o seu dia e o alimento para sua nutrição.
Sim, eu providenciei tudo isso enquanto vigiava e guardava seu sono, 
a sua família e a sua casa. 
Esperei pelo seu bom dia, mas você se esqueceu...
Bem... você parecia ter tanta pressa que eu perdoei!
O sol apareceu, as flores deram o seu perfume, 
a brisa da manhã o acompanhou e você nem pensou que eu 
é que havia preparado tudo para você.
Seus familiares sorriram, seus colegas o saudaram, você trabalhou, 
viajou, realizou negócios, alcançou vitórias, mas... 
você não percebeu que eu estava cooperando com você, 
e teria ajudado mais se tivesse me dado uma chance...
Eu sei, você corre tanto que eu perdoei!
Você leu bastante, ouviu muita coisa, viu mais ainda 
e não teve tempo de ler ou ouvir a minha palavra.
Eu quis falar, mas você não parou para ouvir.
Eu quis até aconselhar-te, mas você nem pensou nessa possibilidade.
Seus olhos, seus pensamentos, seus lábios seriam melhores.
O mal seria menor e o bem muito maior em sua vida.
A chuva à tarde, foram minhas lágrimas por sua ingratidão, 
mas foram também a minha benção sobre a terra 
para que não te falte pão e água.
Você trabalhou, ganhou dinheiro, que não foi mais porque 
não me deixou ajudar. 
Mais uma vez você se esqueceu que eu desejo sua participação 
no meu reino com sua vida, seu tempo, seus talentos 
e seu dinheiro também.
Findou o dia. Você voltou para casa. 
Mandei a lua e as estrelas tornarem a noite mais bonita 
para lembrar-te o meu amor por você. 
Certamente agora você vai dizer "Obrigado" e Boa Noite. 
Psiu... Está me ouvindo? Já dormiu? Que pena!
Quem sabe amanhã você se lembre de mim.

Minha mãe



Lembro-te, Mãe, revendo a nossa casa...
O pequeno jardim, o poço, a horta...
O vento brando que transpunha a porta,
Afagando o fogão de lenha em brasa...

Esfregavas a roupa na bacia...
Eu ficava na rede, aos teus desvelos...
Depois, vinhas beijando-me os cabelos,
A embalar-me, cantando de alegria.

Dorme, dorme, prenda minha,
Dorme agora, meu amor,
És a jóia que eu não tinha,
Prenda minha, minha flor!...

Lá no Céu tem três estrelas, prenda minha,
Todas são de prata e luz...
Lá do Céu você me veio, prenda minha,
Por presente de Jesus!...

E lá se foi o tempo, ante as mudanças...
Cresci, fiquei rebelde... Estradas novas...
Entrei no mundo grande, em grandes provas,
Carregando saudades e esperanças...

Hoje, volto a rever-te, mãe querida!...
Quero dizer-te, em minha gratidão,
Que és o amor sempre amor em minha vida,
E a própria vida de meu coração.

(Chico Xavier)

Oi, como vai?



Oi, como vai?
Eu queria dizer outra vez que eu amo você
Que nada mudou entre nós
Oi, como vai?
A saudade é grande demais
Eu não posso esconder a falta que você me faz
Ah... todo esse tempo, o silêncio, o vazio 
e a sua ausência me fizeram chorar
Todo esse tempo procurei por você
E é por isso que hoje estou aqui
Oi, como vai?
Eu te sinto agora aqui bem pertinho de mim,
Ouvindo a tua oração
Eu vivo num mundo onde você não me vê
Estou ao seu lado sem você saber
Eu ainda guardo o carinho que você me deu
E trago comigo o perdão pelas minhas faltas
Sossegue a sua mente
Ouça no silêncio o que o divino quer lhe falar
Meus agradecimentos a você por tudo que me fez
Agora vejo seu sofrimento, vejo sua dor
Pra vencer a barreira, só o amor
Não deixe a revolta lhe possuir
Tenha calma deixe o tempo passar
Se olhar pra trás você vai ver
Gente que sofre mais do que você
Leia as mensagens que o Mestre deixou
Tente alguma coisa aprender
Ele nos ensina que pra se bem viver
Tem que amar os outros como eu amo você
Sorria, sorria, o sol vai nascer
Eu também fui um dia igual a você
Tenha paciência, pois um dia você vai me reencontrar
Não morri, apenas mudei de roupagem e de endereço
Mas venho te visitar, porque ainda amo você
Se há amor, há elo!
Sossegue seus pensamentos e sinta a brisa suave
De minha presença acalentando seu coração
Não morri, apenas mudei de roupagem e de endereço
Seus olhos podem não me ver, mas sua alma pode me sentir.

Alma gêmea



Alma gêmea de minha alma
Flor de luz de minha vida
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão
Quando eu errava no mundo,
Triste e só no meu caminho
Chegaste devagarinho
E encheste-me o coração
Vinhas na benção das flores
Da divina claridade
Tecer-me a felicidade
Em sorrisos de esplendor
És meu tesouro infinito
Juro-te eterna aliança
Porque sou tua esperança,
Como és todo meu amor
Alma gêmea de minha alma
Se eu te perder algum dia,
Serei tua escura agonia,
Da saudade nos seus véus...
Se um dia me abandonares,
Luz terna dos meus amores
Hei de esperar-te, entre as flores
Da claridade dos céus.

(Emmanuel)



O pai e o filho



Era uma vez uma aldeia onde o povo tinha um costume muito atrasado: quando uma pessoa envelhecia, ela era abandonada numa floresta sem agasalho, sem alimento e ali ficava até morrer. Por que as pessoas faziam aquela maldade? Ninguém sabe. Muitas vezes o povo não pensa. Vai fazendo aquilo a que está acostumado. As pessoas não descobrem que estão erradas. Um dia, um filho foi levar seu velho pai para morrer na floresta. Chegando lá, o rapaz entregou um cobertor ao pai, dizendo:

—Tome pai. Isto vai protegê-lo do frio.

O pai recebeu o cobertor triste e conformado. Pensou um pouco, rasgou, ao meio e deu uma parte ao filho:

—Esta parte do cobertor é para você se agasalhar quando ficar velho e seu filho o trouxer para morrer na floresta.

Aquelas palavras chocaram o rapaz. Ele ficou pensativo e, de repente, descobriu a maldade daquele costume. Aí decidiu:

—Meu pai, vamos de volta para casa. Desta vez vai ser diferente.

O velho voltou para casa e viveu o resto de sua vida cercado pelo amor do filho e netos. E desde aquele dia, o costume bárbaro foi abolido da aldeia.