Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o quanto quiser, mas não brigue comigo.
Se não quiser chorar, não chore;
Se não conseguir chorar, não se preocupe;
Se tiver vontade de rir, ria;
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão;
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me;
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam;
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo...
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:
-"Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis por perto!"
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu.
Ser seu amigo já é um pedaço dele...
(Chico Xavier)
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Quando eu for embora
Quando
eu for embora,
Não
me procures
Porque
não irá me encontrar
E
de onde eu estiver,
Só
o céu poderá me desejar
Dá-me
agora em vida
Tudo
o que eu quero te dar,
Pois
logo depois da partida
Nada
mais poderei te ofertar
Seja
minha, somente minha
Dá-me
o teu coração
E
tudo mais que puderes me dar
Para
que eu sinta a mesma vontade
-
vontade de te amar –
Eu
te quero tanto, tanto
Que
o meu desejo cresce
Na
tentação de seres minha,
Na
carícia de um beijo.
Presença elíptica
Minha
trilha às vezes árdua
Com
alegria te aguardo
Pela
branca voz de pássaro
Na
boca o carmim da amora
Indago:
em que terra moras,
Que
tens o aroma da amora?
Sutilmente
você chega
E
passa como o vento minuano,
Gelando
no corpo a saudade
O
vento se vai, balançando as folhas
Do
verde esperança ou do vermelho da paixão
Quando
partes, fica a aridez da solidão,
Que
transforma em pranto o encanto
Arranha
a alma uma tal dor
Perde-se
outra vez a trilha
De
novo esperar a mudança dos ventos
E
a revoada de pássaros outra vez regressar
Contigo,
uma nova estação,
Numa
presença real
Não
mais ser elipse no meu contexto diário
Subentender
que estás, quando te vais
Sedutor,
sutil, viril
O
sumo da amora escorre na boca vermelha
A
sangrar de tanto amar,
De
tanto se dar...
Último apelo
Te escrevo, para tentar
falar agora
da ventura de tê-lo tido em minha vida
da realização de quem conheceu
e um grande amor viveu...
Te escrevo, para falar da dor
que me dilacera o peito agora
por ver findar entre uma serra
o mais infinito amor, que o destino encerra.
da realização de quem conheceu
e um grande amor viveu...
Te escrevo, para falar da dor
que me dilacera o peito agora
por ver findar entre uma serra
o mais infinito amor, que o destino encerra.
Te distancias de mim
permitindo sem piedade
que tivesse logo um fim
nosso amor, nossa amizade...
Te escrevo de coração aberto
de saudade e dor repleto
face o amanhã incerto...
Mas com conhecimento vivido
de um amor que doravante deverá ser esquecido.
Te escrevo, para dizer nesta hora
com a gratidão mais sincera
o quão feliz me fizeste outrora
e que viverei da terna quimera
da lembrança mais singela
deste amor sem precedente
do doce encanto que tu foste.
Te escrevo, para falar agora
dos momentos de ventura
de toda aquela ternura
que entre nós dois havia.
Sim, fomos nós
em nossos momentos a sós...
Serei apenas metade de agora em diante,
um deserto seco e árido
onde o oásis morreu.
Em meu peito, já quase refeito
uma tumba quase eterna
sepultará para sempre e com tamanho zelo
todo amor que a ti pertenceu
Por isto, te escrevo agora,
como um último apelo.
Eu posso
Mesmo
que tudo desabe
E
que nada mais me sobre
Senão
ver tudo em destroço
Eu
posso.
Mesmo
que grandes abismos
Enterrem
todos os meus sonhos
Nas
profundezas de um poço
Eu
posso.
Mesmo
que todos me neguem
Ou
de mim se afastem
Nem
por isso da vida me despeço
Eu
posso.
Mesmo
que a minha doença
Seja
grave de nascença
Pelo
poder do Pai que é nosso
Eu
posso.
Mesmo
que um grande fracasso
Queira
barrar o meu passo
Eu
não paro e não me acosso
Eu
posso.
Mesmo
que a solidão
Me
dê a sensação
De
que eu não posso
Com
Deus, eu sei que posso.
Mesmo
que a infelicidade
À
minha porta bata
Eu
não me infelicito
Porque
eu posso.
Eu
posso perdoar
Eu
posso reconstruir
Eu
posso refazer
Porque
eu posso renascer.
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