sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Se eu de ti me esquecer

Se eu de ti me esquecer, nem mais um riso
Possam meus tristes lábios desprender
Para sempre abandone-me a esperança
Se eu de ti me esquecer.

Neguem-me auras o ar, neguem-me os bosques
Sombra amiga, em que possa adormecer
Não tenham para mim murmúrio as águas
Se eu de ti me esquecer.

Em minhas mãos em áspide se mude
No mesmo instante a flor, que eu for colher
Em fel a fonte, a que chegar meus lábios
Se eu de ti me esquecer.

Em meu peregrinar jamais encontre
Pobre albergue, onde possa me acolher
De plaga em plaga, foragido vague
Se eu de ti me esquecer.

Qual sombra de precito entre os viventes
Passe os míseros dias a gemer
E em meus martírios me escarneça o mundo
Se eu de ti me esquecer.

Se eu de ti me esquecer, nem uma lágrima
Caia sobre o sepulcro, em que eu jazer
Por todos esquecido viva e morra
Se eu de ti me esquecer.


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