terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Olhos verdes


São uns olhos verdes
Uns verdes de verde-mar
Quando o tempo vai bonança
Uns olhos cor de esperança
Uns olhos porque morri
Que, ai de mi!
Já nem sei qual fiquei sendo
depois que os vi!

Como duas esmeraldas,
Iguais na forma e na cor
Têm luz mais branda e mais forte
Diz uma – vida, outra – morte
Uma – loucura, outra – amor
Mas, ai de mi!
Já nem sei qual fiquei sendo
depois que os vi!

São verdes da cor do prado
Exprimem qualquer paixão
Tão facilmente se inflamam
Tão meigamente derramam
Fogo e luz do coração
Mas, ai de mi!
Já nem sei qual fiquei sendo
depois que os vi!

São uns olhos verdes, verdes
Que podem também brilhar
Não são de um verde embaçado,
Mas verdes da cor do prado,
Mas verdes da cor do mar
Mas, ai de mi!
Já nem sei qual fiquei sendo
depois que os vi!

Como se lê num espelho,
Pude ler nos olhos seus
Nos olhos mostram a alma
Que as ondas postas em calma
Também refletem os céus
Mas, ai de mi!
Já nem sei qual fiquei sendo
depois que os vi!

Dizes vós, ó meus amigos
Se vos perguntam por mi
Que eu vivo só da lembrança
De uns olhos cor de esperança
De uns olhos verdes que vi
Mas, ai de mi!
Já nem sei qual fiquei sendo
depois que os vi!

Dizei vós: triste do poeta!
Deixou-se de amor finar
Viu uns olhos verdes, verdes
Viu uns olhos da cor do mar
Eram verdes sem esperança
Dizei-o vós, meus amigos,
Que, ai de mi!
Não pertenço mais à vida
Depois que os vi!

Nenhum comentário:

Postar um comentário