Capataz:
Luzia,
dos teus cabelos
Farei
o vento da noite
Farei
as ondas serenas
De
um mar por onde me afoite
Em
busca da luz polar;
De
tuas graças morenas
Luzia,
porque a ventura
A
mim queres negar?
Luzia:
Não
sei, de muito não sei,
A
força nunca terei
De
me vencer e sonhar...
Capataz:
Teus
olhos são mensageiros
Teus
olhos são esperança
São
de encontros marinheiros
São
ternuras de água mansa...
Olhos
de areia movente
Entre
a duna e a tarde quente
Entre
ressaca e bonança
Sobre
vastos oceanos sobre morro azul e nuvem
Teus
olhos são soberanos.
Luzia:
Meu
sono não tem sementes
-
Sem fruto no despertar –
Meus
olhos que floresceram
Sem
sonhos irão murchar.
Capataz:
Às
seis da tarde é que nasce
A
lua cheia, Luzia
Às
seis os sinos começam
Seus
toques de Ave Maria
Foi
às seis horas da tarde
Seis
horas daquele dia
Que
tive a revelação:
Te
vi, segui-te e perdi-me
Perdi-me
em teu coração...
Nenhum comentário:
Postar um comentário